Malala Yousafzai por Angelina Jolie

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Malala Yousufzai, 15 anos, | IKMR

Malala lê enquanto se recupera de ataque sofrido no Paquistão (AP Photo/Queen Elizabeth Hospital)

“Sempre houve algo especial em Malala. Mesmo quando pequena ela foi atraída para a sala de aula de seu pai, que é professor e diretor de uma escola. Antes mesmo de ter idade para frequentar a escola, ela se sentava com os alunos, ouvindo atentamente e absorvendo cada ensinamento.

Aos onze anos, sob o nome Gul Makai, Malala enviava secretamente seus diários para a BBC. Ela o chamava de Diário de uma estudante paquistanesa. Ela escreveu sobre sua terra natal: ‘não há paz; é linda, mas não existe paz’.

O seu vestido rosa favorito, escreveu, poderia colocá-la em perigo. O Taliban desaprova cores brilhantes. Mas a única coisa que realmente importava para Malala era a escola. A sua paixão por aprender expressa através de seus famosos diários se tornaria muito mais perigosa do que um vestido cor de rosa. Malala sabia disso. E mesmo assim, continuou se manifestando.

‘Eu tenho o direito de brincar, eu tenho o direito de cantar, eu tenho o direito de conversar, eu tenho o direito de ir ao mercado, eu tenho o direito de falar. Eu não me importo se tiver que sentar no chão da escola’, ela escreveu. ‘Tudo o que eu quero é uma educação e eu não tenho medo de ninguém’.

Em outro momento, ela admitiu que sentia medo. Ela escreveu que tinha pesadelos com o Taliban. Ela até se atreveu a conceder entrevistas sobre isto. Eu penso com frequência eu imagino a cena com muita clareza. Mas mesmo que eles venham me matar, eu lhes direi que o que eles estão tentando fazer é errado, que educação é nosso direito básico. Seu pai sempre achou que o Taliban viria atrás dele, não de sua filha, não de sua menininha. Mas eles foram.

O mundo agora sabia que a bloggueira Gul Makai era na verdade, a jovem Malala. ‘Quem de vocês é Malala?’, o atirador perguntou quando ele e os outros invadiram o ônibus escolar em 12 de outubro (de 2012). E isto foi o que o atirador e os homens do Taliban conseguiram naquele dia: eles atiraram nela à queima-roupa na cabeça e a tornaram mais forte.

Numa tentativa brutal de silenciar sua voz, esta ficou mais alta e Malala mais resoluta, chamando o mundo inteiro, não apenas o Paquistão, para garantir o direito de cada menina e menino à educação. ‘É meu direito’, ela disse, ‘é nosso direito’.

Ela é poderosa. Mas ela também é uma doce, criativa, amorosa menininha que quer ajudar os outros, trabalhar pelos outros. Ela não quer ser o centro das atenções, o seu objetivo é o progresso, não notoriedade.

Quando ela estava no hospital, seu pai viu uma enquete no jornal sobre as dez pessoas mais influentes no mundo. Malala era a número seis. Presidente Obama era o número sete. Seu pai levou o jornal para o hospital e disse: ‘veja isso, não a deixa feliz?’. E a pequena Malala respondeu: ‘não, eu não acho que os seres humanos deveriam ser categorizados dessa forma’.

Então, existe muita coisa que podemos aprender com essa menininha.”

Angelina Jolie

 

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