Chefe de direitos humanos da ONU alerta para risco de confrontos étnicos no Sudão do Sul

quinta-feira, dezembro 19, 2013

Famílias fogem de conflito em Juba | IKMR

Civis chegam ao complexo da ONU na periferia sudoeste de Juba para se refugiar dos combates que eclodiram na capital sul-sudanesa. (Foto: UNMISS/Shantal Persaud)

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, advertiu  nesta quinta-feira (19) sobre a situação da segurança se deteriorando rapidamente no Sudão do Sul, chamando atenção para as consequências para a população civil.

No domingo (15), violentos confrontos entre soldados irromperam em Juba, capital do Sudão do Sul, levando a um número desconhecido de vítimas. A luta então se espalhou para outras partes do país, com confrontos entre soldados rivais ‘Nuer’ e ‘Dinka’ dentro do Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA) e ataques a civis relatados nos estados de Jonglei, Unity e Warrap.

“Estou profundamente preocupada com a segurança dos civis apanhados no fogo cruzado. O risco de ver os combates tomando uma dimensão étnica é extremamente alto e pode resultar em uma situação perigosa”, disse Pillay.

“Nós recebemos relatos de civis mortos em Juba com base em sua etnia. Apelo ao governo para enviar uma mensagem clara sobre a responsabilidade de comando dentro do SPLA para evitar ataques de retaliação com base na etnia e afiliação tribal, bem como responsabilizar os alegados autores responsáveis”, disse o alto comissário.

Em Juba, cerca de 20 mil pessoas – a maioria mulheres e crianças – ainda estão acampadas nas instalações da ONU, enquanto em Bor, no Estado de Jonglei, mais de 10 mil pessoas deslocadas internamente buscaram refúgio nas instalações da ONU. Outros civis estão deixando a cidade, temendo o ataque de grupos rivais.

“Estou extremamente preocupada com o destino dos indivíduos presos pelo governo e os relatos de numerosas execuções extrajudiciais. Em particular, exorto as autoridades a esclarecer o paradeiro do ex-altos funcionários do governo presos em Juba, há dois dias, incluindo o ex-governador do Estado de Lagos e o ex-secretário-geral do SPLM (Movimento Popular de Libertação do Sudão)”, disse Pillay.

O governo confirmou a prisão de pelo menos 10 ex-altos funcionários do governo, incluindo seis ministros. No Estado de Warrap, as forças de segurança leais ao governo também prenderam diversos funcionários locais importantes acusados de apoiar a suposta tentativa de golpe.

“Apelo ao governo para assegurar que seja concedido a todos os detidos o devido processo legal e que eles sejam prontamente processados ou liberados”, disse a alto comissária.

“Peço a todos as partes, incluindo os membros das forças de segurança, para exercer a máxima moderação e cumprir com os direitos humanos e a lei humanitária internacional”, disse Pillay.

Fonte: ONU


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