Escola de Angelina Jolie, enviada especial do ACNUR, muda vidas no Afeganistão

terça-feira, dezembro 31, 2013

Angelina Jolie com menina refugiada | IKMR

Angelina Jolie promove reintegração dos retornados do Afeganistão. Foto: ACNUR

Graças a seus pais e à enviada especial da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Angelina Jolie, 350 meninas afegãs recentemente conseguiram o que nem toda menina no Afeganistão  consegue — completar um ano de escolaridade e avançar para um novo ano escolar em uma cerimônia de formatura pública.

A cerimônia , nos arredores de Cabul, também simbolizava um ‘ressurgimento das cinzas’ para uma aldeia quase totalmente destruída por décadas de conflito que tomou o Afeganistão da década de 1970 até os primeiros anos deste século.

Em uma visita ao país há dois anos, Jolie  foi movida pelo desejo das meninas afegãs para a educação. Ela ofereceu uma doação para o ACNUR para construir uma escola para meninas em Qalai Gudar, que fica ao norte de Cabul.

Angelina Jolie “é uma mulher generosa e maravilhosa”, disse a menina Hameda, de 13 anos, depois de se formar na semana passada.

“Graças a ela (Jolie), agora temos uma escola maravilhosa e podemos continuar a nossa educação”, acrescentou Hameda. Apenas dois anos após sua família ter voltado para o Afeganistão depois de ter se refugiado no vizinho Paquistão, Hameda também tem cinco irmãos e irmãs — e que também frequentam a escola.

Sua família era uma das cerca de 2.300 que retornaram a Qalai Gudar, após o colapso do regime talibã.

Mas o que elas encontraram nesta área, uma vez famoso por seus pomares abundantes e ricas terras agrícolas, era uma cena de devastação total. Quase todas as casas, edifícios, sistemas de irrigação e outras infraestruturas foram destruídas. Aos poucos, com a ajuda do ACNUR, os moradores começaram a reconstruir suas comunidades.

Menina refugiada | IKMR

A educação das meninas na área de repatriados de Qalai Gudar recebeu um impulso graças a esta escola construída com o apoio da enviada especial do ACNUR, Angelina Jolie. Foto: ACNUR/S.Sisomsack

Uma das primeiras coisas que eles pediram foi uma escola para suas filhas. Durante seu tempo como refugiados no Paquistão, os pais tinham percebido o valor da educação para suas filhas, bem como para os meninos.

Eles montaram uma escola improvisada para as meninas ao ar livre dentro do complexo da mesquita local e decidiram que suas filhas não sofreriam com as tradições culturais e as possibilidades limitadas que muitas vezes colocam obstáculos à educação de meninas e mulheres no Afeganistão.

A construção da escola foi concluída há um ano e tem fornecido um lugar para garotas como Hameda para estudar em um ambiente culturalmente sensível. O Departamento de Educação forneceu nove professores — até agora apenas uma mulher — e alguns materiais educativos. A escola funciona em dois turnos para atender à demanda dos 450 alunos, sendo 400 meninas e 50 meninos.

Ainda há desafios. Faltam algumas noções básicas — como livros didáticos para os três primeiros graus –, mas Jolie entrou em cena novamente com outra contribuição. O ACNUR acrescentou recursos financeiros e foi capaz de apresentar todos os alunos na primeira cerimônia de formatura com alguns itens muito apreciados: cadernos, canetas, réguas e outros itens de papelaria.

Apoiar a educação e o fortalecimento das meninas é uma forma de o ACNUR promover a sustentabilidade do regresso dos refugiados e incentivar os que ainda estão no Paquistão e no Irã a voltar para casa. A agência da ONU também trabalha com o governo do Afeganistão para prestar assistência e proteção a 5 milhões de refugiados retornados e, em coordenação com outros parceiros, para cerca de 600 mil afegãos deslocados pelo conflito.

Com apenas um ano de existência, a escola já está mudando a comunidade. Os pais se comprometeram a atrasar os casamentos de suas filhas, o que lhes permite terminar sua educação e torná-la uma prioridade.

Omaira, de 14 anos, percebe que ela tem sorte de ter uma chance que suas irmãs mais velhas não tiveram. Quando a família voltou para o Afeganistão, há cinco anos, não havia escola.

“Eu tenho alguma educação agora”, diz Omaira com orgulho. “Eu sei como uma mulher pode viver e aprendi a diferença entre o que é certo e o que é errado.”

Fonte: ONU


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