Uruguai recebe refugiados sírios

quarta-feira, junho 25, 2014

mujicaaaaaOs cidadãos sírios, em sua maioria crianças, serão alojados na casa de retiro São José dos Irmãos Maristas, a 16 quilômetros de Montevidéu, por aproximadamente 90 dias. No ano que vem mais dois contingentes chegarão ao país.

Ao redor de 40 refugiados sírios chegarão ao Uruguai em setembro como parte do primeiro conjunto de um total de 120 que o governo de José Mujica receberá em seu país. “Serão ao redor de 40 no primeiro grupo”, confirmaram fontes oficiais ao diário La República, ao fazer referencia ao contingente, em sua maioria menores de idade, que chegam de assentamentos para refugiados sírios já existentes no Oriente Médio.

O chanceler uruguaio Luis Almagro explicou, em declarações ao jornal matutino local, que este primeiro grupo irá se alojar na casa de retiro São José dos Irmãos Maristas, a cerca de 16 quilômetros de Montevidéu, por aproximadamente 90 dias, até que possam se alojar em habitações particulares. De acordo com La República, o restante dos refugiados irá chegar em duas viagens sucessivas que serão realizadas em fevereiro, o primeiro, e em uma data ainda a ser determinada, o segundo.

De toda maneira, e mesmo que tudo esteja “bem encaminhado”, segundo Almagro, ainda faltam coordenar “detalhes mínimos da operação”, que serão polidos a partir de hoje em Genebra pelo titular da Direção Nacional dos Direitos Humanos, Javier Miranda. Já estão resolvidas “as questões orçamentárias, logísticas, as questões de apoio”, informou o chanceler uruguaio, e Miranda se encarregará de coordenar os requisitos que exigem as autoridades do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) nestes casos.

Miranda irá se reunir com autoridade da Acnur, que exigem uma série de requisitos para autorizar o realojamento dos refugiados. As exigências ao Estado receptor, neste caso o Uruguai, passam pelas condições de alojamento, mas também pela educação, alimentação e assistência na saúde. E, mesmo assim, estabelecem-se pautas muito estritas quando se trata do traslado de crianças.

Os menores, muitos dos quais perderam seus familiares no âmbito de uma sangrenta guerra civil que se instalou na Síria em 2011, encontram-se alojados em acampamentos para refugiados na Jordânia e Líbano, controlados pelas Nações Unidas. “Trata-se de famílias em estado de vulnerabilidade; podem ser crianças acompanhadas de um primo maior de idade, uma viúva com filhos, uma avó com netos, podem ser diferentes formatos”, assinalou Almagro.

Foi o próprio Mujica quem anunciou, ao final de abril, sua intenção em abrigar a crianças refugiadas sírias, para as quais originalmente ofereceu a residência presidencial de Anchorena, no departamento de Colônia, a aproximadamente 200 quilômetros a oeste de Montevidéu. A iniciativa conta com o apoio de diferentes organizações da sociedade civil e instituições religiosas. A comunidade árabe residente no Uruguai (principalmente o Clube Libanês e a Sociedade Libanesa) também apoia esta ideia, assim como a congregação dos Irmãos Maristas, de fé católica. O ex-deputado nacionalista Alem García, que preside a filial uruguaia da Federação Árabe, respaldou a decisão de Mujica. Destacou que se trata de uma “atitude humanitária solidária do Uruguai, que está oferecendo uma grande ajuda”. Lembrou que seu avô, refugiado libanês, escolheu o Uruguai que o recebeu de “braços abertos”.

Esta iniciativa do Executivo uruguaio se soma a aceitação de seis presos do polêmico sistema penal norte-americano de Guantánamo. O chanceler Almagro, citado por meios locais, disse que ainda não existe uma data definida para a chegada dos detentos.

“Fizemos uma proposta com as condições relacionadas aos instrumentos aplicáveis para receber estas pessoas detidas ilegalmente em Guantánamo e isso passou pela consideração dos Estados Unidos”. De sua parte, o ministro do Interior, Eduardo Bonomi, assegurou que foram checadas as identidades dos presos e que não são perigosos. Como no caso dos refugiados sírios, Acnur manifestou um pleno respaldo a decisão do governo uruguaio, que definiu como “consistente com a proteção dos direitos humanos”.

Fonte: UNISINOS


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