As mulheres dos civis recrutados para combater o movimento radical islâmico Boko Haram manifestaram-se terça-feira, em Maiduguri, norte da Nigéria, contra o envio dos seus maridos para a frente de combate, alegando que não estão preparados nem receberam armamento adequado.
De acordo com a Lusa, cerca de 300 mulheres e 500 crianças reuniram-se nos portões da base militar na capital do Estado de Borno, queimando pneus como forma de protesto, e denunciando o “mau equipamento” que tem sido atribuído aos seus familiares para o combate.
A mulher de um dos soldados, Rahina Ali, considera o armamento inferior ao do Boko Haram.
Por seu lado, segundo a Lusa, um dos soldados que integra o contingente militar acampado em Maiduguri reiterou o mau estado do equipamento das tropas governamentais nigerianas.
“As nossas mulheres falam o que nós pensamos (…). Estamos muito mal equipados”, afirmou. “As nossas armas são fracas e os nossos veículos blindados não estão operacionais”.
A mulher de outro soldado, Thabita John, confessa-se cansada do conflito.
“Não queremos armas para os nossos maridos, não queremos que eles partam para Gwoza ou nenhuma outra zona de risco. Estamos cansadas de enterrar aqueles que amamos,” afirmou Thabita John.
Segundo a agência Lusa, os soldados montaram a base militar em Maiduguri com o objectivo de tomar a cidade de Gwoza, sob a influência do Boko Haram, após a ofensiva levada a cabo pelo movimento radical islâmico na última semana, a qual causou dezenas de mortos e centenas de refugiados.
Os relatos de alguns sobreviventes aos ataques contam que os radicais islâmicos utilizam armas semiautomáticas, lança-morteiros e veículos blindados.
Fonte: Notícias Online
